A Guerra Civil Gaúcha de 1923, também chamada de “Revolução Libertadora” vinha se desenvolvendo desde sua eclosão em 25/01/1923, mesmo dia da posse de Borges de Medeiros, quando os revoltosos após acusar a situação de fraude eleitoral havia se decidido por pegar em armas. Ao longo dos meses vários combates haviam se sucedido com destaques para o “Sitio de Passo Fundo”, em janeiro, as ocupações de Camaquã e Alegrete, em março, o “Sitio de Uruguaiana”, e a ocupação de Erechim, em abril, e as ocupações de Bom Jesus e São Gabriel em maio.
Em 19/06/1923 aconteceu o Combate da Ponte do Rio Ibirapuitã. Quatro dias depois em 23/06/1923 ocorreu outro conflito, o combate do Desvio Giaretta, que era um desvio da Viação Férrea, destinado ao carregamento de vagões de madeira, atividade dominante no comércio da região. O General Firmino de Paula comandante na região das tropas governistas, seguindo as ordens do presidente do Estado, Borges de Medeiros constituída de 500 homens com armas de repetição e metralhadoras, deslocou seus soldados em direção a Erechim com três trens de 10 vagões, blindados. O General das forças revoltosas Felipe Portinho, que estava próximo em Capo-Êre, foi alertado por funcionários da VFRGS, e decidiu atacar valendo-se do elemento surpresa com apenas 210 homens mal armados. O plano era de deixar passar dois trens e atacar o ultimo, por isso preparou cargas de dinamite entre os trilhos da estrada de ferro ordenando seus comandados a abrirem fogo após acionamento das cargas.
Sua estratégia não deu certo, pois os trens pararam antes da curva e precipitadamente alguns “maragatos” abriram fogo alertando os “chimangos” que saíram de dentro dos vagões e travaram combate que resultou em mais de 50 mortos e cerca de 70 feridos por parte dos governistas. Os revoltosos tiveram 4 baixas e 8 feridos. Os mortos e feridos governistas foram levados para Erechim e alojados na sede da Comissão de Terras. Os revoltosos se deslocaram para Floresta (Cotegipe), depois foram levados também a Erechim
e tratados no salão do Cinema Avenida. O atendimento foi feito pela Cruz Vermelha que havia sido organizada anteriormente na cidade.
Esse foi um dos mais sangrentos combates da “Revolução” de 1923 e apesar do menor numero de mortos e feridos por parte dos Assisistas já começava a ficar evidente que os “revolucionários” não poderiam se manter no conflito devido o melhor aparelhamento bélico dos Borgistas.
O Museu Julio de Castilhos está com uma exposição sobre o centenário desta Guerra Civil Gaúcha – “Revolução Libertadora” de 1923.