Historicamente, o Carnaval é uma celebração de data móvel, comemorada
numa terça-feira, e que ocorre sempre 47 dias antes da Páscoa. Seu
surgimento remonta à antiga Babilônia com uma festa de origem popular onde
havia uma “troca de papéis sociais”, que pode ter originado a utilização de
máscaras e fantasias, propiciando que as pessoas se divertissem, sem receios
de serem reconhecidas.
Na Grécia e em Roma existiam as festas de Baco (Dionísio para os gregos), os
bacanais. Baco era o deus do vinho e representava a embriaguez, porém
também era um promotor da civilização, legislador e amante da paz.
Com a ascensão do Cristianismo, essas festas de origem pagã não eram bem
vistas pela igreja, que não conseguia proibir a comemoração que era muito
popular. A partir de 590 D.C., as autoridades eclesiásticas inseriram a Quarta-
Feira de Cinzas como marco inicial da Quaresma, logo após o Carnaval.
Carnaval significa “adeus à carne”. Na Idade Média representava uma época
de festas populares que antecediam um grande jejum, a Quaresma,
um período de aproximadamente quarenta dias antes da Páscoa.
No Brasil, essa festa popular europeia, principalmente, em França, Portugal e
Itália, começou a ser comemorada em meados dos anos 1600. A partir do
século XX, o Carnaval no Brasil se consolidou, com o samba e as marchinhas
carnavalescas se tornando impulsionadores dessa festa popular entre os
brasileiros. Ó Abre Alas (1899), de Chiquinha Gonzaga, é considerada
a primeira marchinha de Carnaval, enquanto a primeira escola de samba,
criada no Rio de Janeiro em 1928, foi a Deixa Falar (hoje, Estácio de Sá).
Em Porto Alegre, o carnaval se originou do Entrudo (consistia em jogar nos
outros Limão de Cheiro, uma bola de cera do tamanho de um limão, cheia de
água perfumada), em bairros populares, como o Areal da Baronesa e a Colônia
Africana. Por volta do ano de 1870, o Entrudo cai em desuso pelo surgimento
das Sociedades (Esmeralda e Venezianos) que mudaram e dominaram o
carnaval porto-alegrense até mais ou menos 1900.
O Areal e a Colônia Africana (atual bairro Rio Branco) eram um reduto
totalmente carnavalesco antes mesmo dos anos 1930. Atualmente, o carnaval
de Porto Alegre tem consolidado suas características próprias, como as
escolas de samba, bem como um carnaval de rua com blocos, bandas,
muambas e as tribos.
No restante do Rio Grande do Sul, várias cidades desenvolveram suas próprias
modalidades de carnaval, com destaque para Pelotas e Rio Grande.