Inconfidência Mineira – 21 de abril de 1789

A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. No final do século XVIII, o Brasil era uma colônia portuguesa sofrendo abusos políticos com a cobrança de altas taxas de impostos. Portugal havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil, como o decreto de 1785 que proibia o funcionamento de indústria têxtil na colônia.

Minas Gerais era a principal região de extração de ouro da colônia. O ouro extraído devia ser taxado com o pagamento do quinto, ou seja, 20% de todo ouro encontrado tinha de ir para os cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” sofriam duras penas, podendo até ser degredados. Ao longo do século XVIII, o ouro extraído dos rios e das minas começou a escassear. Ainda assim as autoridades portuguesas não diminuíram as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama, isto é, cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 kg) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.

Tais atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande na população, principalmente nos fazendeiros rurais e os donos de minas. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pelas ideias iluministas, reuniram-se buscando uma solução para o problema: a independência da província de Minas Gerais. Esse movimento serviu de exemplo para outras províncias, como a do Rio de Janeiro, que tinham como exemplo a independência dos EUA.

O grupo mineiro era liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, contava com os poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A intenção era implantar uma república. A questão da escravidão não possuía uma posição definida. Os inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma bandeira para o Brasil, composta por um triângulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade Ainda Que Tardia). Infelizmente, o movimento foi denunciado e os inconfidentes condenados à morte, depois a pena foi comutada para degredo, exceto o líder do movimento, Tiradentes, que foi enforcado em 21 de abril de 1792.

No Museu Julio de Castilhos, subindo a escada do hall, os visitantes podem  contemplar a pintura “Prisão de Tiradentes” (1914), de Antônio Parreiras (imagem acima), e à direita está um estudo sobre a obra  (imagem abaixo).