Tecendo... Memórias do Feminino

O Museu Julio de Castilhos, em sua sala de exposições temporárias, abriu no dia 10 de maio com as presenças do Secretário de Cultura Luiz Antonio de Assis Brasil e da Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres Márcia Santana, a exposição Tecendo Memórias do Feminino. Dentre suas várias exposições, a instituição abriu o mês de Maio, comemorativo a 9ª Semana de Museus, com a temática - Mulheres. Musealizar a dimensão do universo feminino, transcender o texto histórico e trazer novas linguagens aos objetos do acervo ao colocá-los em uma exposição o objetivo deste projeto expográfico. As imagens que do acervo iconográfico é o que de imediato nos apresentou as mulheres em diversos lugares e situações, denotando sua condição de mãe, trabalhadora, amiga, enfim o multifacetado universo feminino. As fotografias trouxeram imagens de mulheres que datam do final do século XIX e adentram o século XX, de fotógrafos conhecidos (Barbeitos, Callegari) e anônimos. Essas foram dispostas em forma de móbiles, e em diferentes alturas para os visitantes de todas as idades que percorrem as salas do Museu pudessem tocá-las, ou tê-las “frente a frente” para a percepção da sutileza e unicidade que cada uma dessas mulheres evoca. Os textos, na sua maioria, poesias e letras de músicas foram escolhidas para juntamente com as imagens em uma tentativa de dimensionar e traduzir as trajetórias femininas em diversos momentos.


Dentre objetos do acervo do Museu, encontramos peças que foram doadas como pertencentes a mulheres ou utilizadas por estas. Mas como sabemos que elas representam o feminino? Ferros de passar, máquinas de costura, chapéus, vestidos, sapatos, lenços são representações do feminino? Os objetos pertenceram a mulheres segundo seus doares, objetos da labuta diária ou da sua sobrevivência, como as máquinas de costura e o ferro. As lavadeiras que entregavam as roupas lavadas, engomadas e passadas. Ou ainda, mulheres, que se reuniam em torno de suas salas ornamentadas para conversarem sobre sua atuação social e política utilizando seus vestidos com miçangas e seus chapéus para o footing das tardes ou festas noturnas. Dessa forma, esses objetos representam parte das vidas de mulheres no seu cotidiano e nas suas vivências, mas, não em sua complexidade. A exposição tenta provocar no seu leitor/visitante leituras e indagações, tendo ainda o tecido que traz a ideia do processo de continuidade e ruptura, tendo a mala como um ponto final e inicial.